quinta-feira, 29 de setembro de 2011

QUEM SOU EU?

Quem sou eu? Seguidamente me dizem
que deixo a minha cela
sereno, alegre e firme
qual dono que sai de seu castelo.

Quem sou eu? Seguidamente me dizem
que falo com os que me guardam
livre, amável e com clareza
como se fosse eu a mandar.

Quem sou eu? Também me dizem
que suporto os dias de infortúnio
impassível, sorridente e altivo
como alguém acostumado a vencer.

Sou mesmo o que os outros dizem a meu respeito?
Ou sou apenas o que sei a respeito de mim mesmo?
Inquieto, saudoso, doente, como um pássaro na gaiola,
respirando com dificuldade, como se me apertassem a garganta,
faminto de cores, de flores, do canto dos pássaros,
sedento de palavras boas, de proximidade humana,
tremendo de ira por causa da arbitrariedade e ofensa mesquinha,
irrequieto à espera de grandes coisas,
em angústia impotente pela sorte de amigos distantes,
cansado e vazio até para orar, para pensar, para criar,
desanimado e pronto para me despedir de tudo?

Quem sou eu? Este ou aquele?
Sou hoje este e amanhã um outro?
Sou ambos ao mesmo tempo? Diante das pessoas um hipócrita?
E diante de mim mesmo um covarde queixoso e desprezível?
Ou aquilo que ainda há em mim será como exército derrotado,
que foge desordenadoà vista da vitória já obtida?

Quem sou eu? O solitário perguntar zomba de mim.
Quem quer que seja, ó Deus, tu me conheces,
sou teu.

Poema de Dietrich Bonhoeffer, escrito na prisão em julho de 1944.
Ao ler alguns escritos de Dietrich aprendi a admirar profundamente esse teólogo, preso durante a Segunda Guerra acusado de participar de atentado contra Hitler e enforcado em abril de 1945, aos 39 anos, no campo de concentração de Flossenburg.

domingo, 25 de setembro de 2011

OLÁ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

        Estou voltando a postar no meu blog depois de tanto tempo!  Como disse minha amiga Magna lá das Alagoas: "Quando nos envolvemos bastante com as coisas de Deus, bate um desânimo.". Mas estou de novo "na ativa" e que Deus abençoe e dê ânimo a todos os que dedicam a vida a trabalhar para Deus.

INVEJA

O sentimento sadio é vida para o corpo, mas a inveja é podridão para os ossos. Provérbios 14:30

        Estamos vivendo em um mundo duro e calculista, onde a competitividade é lei e cada competidor passa a ser nosso inimigo em potencial. No trabalho há sempre alguém à espera do nosso lugar, sempre há um esperto tentando “furar uma fila”, querendo tirar vantagem sobre nós ou até usando de escárnio por sermos “crentes”. Mas não quero falar sobre a competição movida por qualquer outro motivo, e sim a provocada pela inveja e dentro da igreja.
         Há pessoas que não conseguem enxergar os dons que Deus lhe deu e acabam por desejar o que é do irmão, quer seja o cargo, a voz, a popularidade, o dom da pregação, o jeito de se relacionar com os outros. O invejoso marca passo dentro da igreja, não cresce espiritualmente, enquanto o alvo da inveja muitas vezes nem se dá conta do que acontece e segue sua caminhada. Falta criatividade, bom senso e quase sempre acabam por fazer papéis ridículos.
        Mas muito se engana quem pensa que a competição e a inveja são comuns somente entre leigos. É claro que há questões graves onde a Palavra de Deus está sendo deturpada para justificar os atos pecaminosos e assim conquistar a simpatia de alguns grupos. Mas também vemos todos os dias igrejas e pastores sendo difamados e hostilizados por motivos sem embasamento, muitas vezes por questiúnculas ideológicas ou porque certa igreja ou pastor se tornou mais popular. É triste imaginar que nos dias frios e tristes em que estamos vivendo, onde o Evangelho precisa urgentemente ser pregado existam clérigos se prendendo a torpezas ao invés de pregar a verdadeira Palavra de Deus. Perdem um tempo precioso que deveria ser usado para edificação de suas vidas, igrejas e rebanho preocupando-se em atacar quem na verdade é seu aliado na propagação da Palavra. Será que esquecem-se de sua responsabilidade? Não acredito em incompetência por parte deles, caso contrário Deus não os colocaria à frente de uma instituição religiosa com tamanha responsabilidade. Acredito, sim, em falha de caráter. E tais igrejas, às vezes com uma estrutura magnífica, realizam cultos medíocres para meia dúzia de pessoas e, a exemplo do invejoso, não crescem em qualidade nem em quantidade.
        Maravilhoso seria se a Palavra de Deus fosse obedecida principalmente por quem se comprometeu através de juramento que assim o faria. Pensemos que a inveja apodrece o caráter e a comunhão com Deus e que a competição é desnecessária, afinal, no mundão lá fora o que não faltam são ovelhas desgarradas esperando alguém que as recolha e as acolha. Esta, sim, seria uma “briga” salutar: contar quem mais almas salvou para Jesus.