domingo, 24 de dezembro de 2017

Reminiscências...

       Aproveitando um momento de solidão e contagiada pelo espírito de reflexão que toma conta nesta época do ano, resolvi também fazer reminiscências acerca do ano que passou. Foi um ano em que sentimentos diversos se mesclaram: alegria, tristeza, ira, amor, culpa. Mas um sentimento peculiar me perseguiu durante o ano todo: o vazio. A princípio não conseguia identificar de quem ou o quê eu sentia falta... aos poucos fui percebendo que Deus me fazia muita falta. Sim! Era Deus quem estava faltando e nada do que eu fazia era capaz de tapar o buraco dentro de mim. Eu falava e estudava sobre as coisas de Deus todos os dias na faculdade, ficava fascinada com cada descoberta, encantava-me com a Teologia, era impossível afastar-me dEle; estava completamente errada. Tudo o que eu fazia era refletir sobre as coisas de Deus, mas não refletia mais Cristo em minha vida. A oração era mecânica, sem vigor, sem convicção. Comecei a deixar que as coisas ruins superassem todas as bênçãos que eu recebia todos os dias. Então comecei a travar uma luta ferrenha com Deus. Comecei a questioná-lo, pois achava injusta a situação em que Ele me colocara e que eu não merecia arcar com as consequências dos erros dos outros. Enquanto brigava, me afastava... quanto mais percebia minha distância, mais me afastava. Inconscientemente (ou não!) eu estava chantageando Deus. Ou Ele me livrava dos problemas, ou "me perderia". Quanto orgulho e pretensão achar por um instante que Deus me atenderia! Tudo o que Ele fez foi permitir que eu cada vez mais caminhasse para longe dEle até que a culpa começou a se tornar uma constante em minha vida. Culpa por ter exigido algo de Deus, apesar de tudo o que Ele me dá todos os dias... culpa por nutrir a ira dentro de mim (e alimentá-la com certo prazer).
    Comecei a perceber que estava voltando para o caminho que eu trilhava antes, um caminho sem esperança, sem vida, sem Cristo. A partir daí, todos os dias minha prece era para que Deus não me deixasse cair, que Ele me segurasse, pois eu estava sem forças para me erguer. A vida sem Cristo é caminho de morte, eu já estive neste caminho e não queria mais voltar. Era uma oração desesperada.
    Contabilizando o ano digo que ele foi difícil e pouca coisa mudou até agora, apenas cansei de brigar com Deus. A situação continua a mesma, talvez pior por conta da minha impiedade. O vazio? Bem, ainda falta um grande espaço a ser preenchido. Apesar de tudo o que posso dizer é que sei que apesar de TODOS os meu erros, Deus me ama e que algum propósito há em tudo o que Ele está me impondo. Tento crer que sairei fortalecida, que voltarei a sentir profundo amor pelo Evangelho e irei à igreja e me reunirei com os irmãos com toda a empolgação de antes. Por ora, tudo o que posso fazer é pedir misericórdia e perdão a Deus por minha intolerância e agradecer a Ele por tanto amor, pela graça imerecida, por todas as alegrias e por me manter na fé, mesmo que por muitas vezes eu não tenha percebido. Agradeço também às orações dos poucos, mas fiéis amigos que sem fazer perguntas ou julgamentos simplesmente estiveram ao meu lado me confortando.
    Peço a Deus que o próximo balanço seja completamente diferente. Não peço que Ele me tire os problemas, mas me dê sabedoria para enfrentá-los.

sábado, 13 de maio de 2017

FORA DE JESUS CRISTO NÃO HÁ SALVAÇÃO!!!!!!!!!!!


Porque para isto sois chamados; pois também Cristo padeceu por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas.

O qual não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano.
O qual, quando o injuriavam, não injuriava, e quando padecia não ameaçava, mas entregava-se àquele que julga justamente;
Levando ele mesmo em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados.
Porque éreis como ovelhas desgarradas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas.


FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO!
    Esta expressão dirigiu minha vida durante muitos anos e dirige a vida dos cerca de 3,8 milhões de seguidores da doutrina que mais cresce e torna o Brasil a maior nação espírita do planeta, segundo dados da Revista Superinteressante. Nela o centro é o próprio homem, capaz de salvar-se através das boas obras e amor ao próximo num número sem fim de encarnações onde se depura o espírito e assim é possível alcançar o objetivo final: a perfeição de Cristo! Não existe pecado, apenas falhas humanas que podem ser corrigidas. Jesus é visto como o ser mais perfeito que Deus ofereceu à humanidade para servir de guia. Os problemas e os desafetos são vistos como efeitos das más ações da vida anterior que precisam ser definitivamente resolvidas até atingir esta perfeição. Os kardecistas são escravos da lei e das obras, seu grande mestre não é o nosso Deus e sim o pai da mentira,  apesar de seus seguidores terem a certeza de estarem servindo a Deus. Não estou fazendo apologia ao kardecismo, quero apenas estabelecer uma relação entre seus seguidores e os cristãos (e estranhamente há uma relação!) e suas formas de comportamento. 
    O texto nos ensina que devemos suportar os sofrimentos, como o próprio Cristo os suportou, para que Ele seja exemplo na nossa vivência diária (v. 21). Mas que tipo de exemplo? Será que estou realmente refletindo Jesus em minha vida? Como estou me comportando diante dos problemas e aflições? Estou suportando com paciência a quem me destrata ou insulta? Estou agindo como um cristão ou como um kardecista?
    O sofrimento faz parte da vida de qualquer pessoa, Deus não livra ninguém das provações, sejam justos ou injustos, a diferença está em quem eu deposito minhas angústias. Posso depositá-las em mim mesma, como fazem os kardecistas, e transformá-las em combustível para minha evolução; posso depositar minhas ansiedades nas compras, nos vícios, na comida, na bebida, ou simplesmente posso depositar todas as minhas frustrações e fraquezas nAquele que me amou primeiro, que morreu por mim para que eu tivesse a liberdade de tolerar meu irmão, não porque devo, mas porque o vejo como alvo do mesmo Amor que me amou. Posso depositar minhas tristezas no mesmo madeiro que suportou a morte de Cristo. 
    É isto que o texto fala: Que entreguemos nossas dores Àquele que julga retamente (v.23). Assim, me torno também um pequeno cristo, exemplo para quem me cerca. Posso servir com alegria e liberdade, sou perfeita diante de Deus porque Cristo me envolve em Sua Justiça. Não me torno escrava das obras, sirvo porque sei que já fui salva e a eternidade já é minha e não porque quero a salvação. Alegro-me por ser livre das obras da Lei, vivo na Graça, caindo, pedindo perdão e levantando com o auxílio da mão do Pai, que me resgatou de uma doutrina de morte e me trouxe para Sua maravilhosa Luz!
    Bem aventurados somos porque podemos servir alegremente sem as amarras da Lei, pois Cristo já a cumpriu em nosso lugar! Bem aventurada sou hoje porque fui também convertida ao Pastor e Bispo de nossa alma e com muita alegria posso hoje dizer: 
FORA DE JESUS CRISTO NÃO HÁ SALVAÇÃO!

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

DAS BOAS OBRAS


"É da fé, e de nenhuma outra obra, que recebemos a designação de crentes em Cristo. Esta é a obra primordial, pois todas as outras obras um pagão, judeu, turco ou pecador também pode fazer;"   Pág.103, Obras Selecionadas de Martinho Lutero, Volume II

    Quando se fala em boas obras logo se pensa em agradar ou agradecer a Deus. A maioria das pessoas sente-se desconfortável com a ideia de que Deus não precisa que façamos nada para recebermos suas bênçãos e misericórdia. Vivemos em um mundo onde sempre se deve dar para receber algo em troca. É a lei terrena, onde raramente se ganha presentes sem comemorar alguma data especial. Algo humanamente impossível de compreender é a eternidade e salvação que Deus nos dá através do sacrifício de Cristo, só aceitamos mediante a fé este presente, o maior que poderíamos receber sem merecimento algum e sem nenhuma data especial. 
    Para quem conhece e vive o cristianismo, priorizar as obras é negar a graça de Deus, colocando a ação humana acima da divina, é colocar em xeque todo o plano de Deus com relação à reconciliação dEle com o ser humano. 
    Há os que praticam as boas obras sem dolo, frutos de uma piedade quase infantil e de uma religiosidade herdadas das tradições. Alguns até sabem que não precisam delas, mas sentem uma necessidade imensa de serem solidários para sentirem-se melhores diante de Deus. São capazes de atitudes altruístas e abnegadas, tornam o mundo que as cerca um pouco mais bonito, mais saudável e mais tranquilo, mas se não for fruto de uma fé verdadeira em Cristo essas justiças são como trapos de imundícia diante do Senhor (Is 64.6).
    Há ainda os que as praticam por imposição de doutrina, carregando um fardo muitas vezes pesado demais para carregar, pois o que é feito por obrigação não é consequência do amor verdadeiro, e sim de um amor fingido e forçado. E quantos há que empenham-se em grandes obras, desgastando suas forças, prejudicando suas vidas por um "amor ao próximo"  praticado apenas com o propósito egoísta de salvar-se a si mesmo! São doutrinas diabólicas que escondem a graça de Deus para enaltecer o ser humano, fazendo-o sentir-se o dono do seu próprio destino. 
    Há os hipócritas que precisam mostrar suas obras aos outros para perpetuar suas memórias e sentir seus egos massageados pela admiração alheia. Estes são verdadeiros fariseus, os que se dizem cumpridores dos Mandamentos, como se fosse possível cumpri-los sem a fé em Cristo. Gabam-se de seus grandes feitos, são honestos, corretos e piedosos, oram em público e agradecem a Deus por não serem pecadores. Creem que podem comprar indulgências com dinheiro e influências. Pobres seres enganadores e mascarados que vivem uma grande mentira a respeito de si mesmos. 
    Se as obras não forem decorrentes da fé que Deus deposita em mim, ela é apenas ação humana, proveniente de vários sentimentos como culpa, desejo de alcançar uma bênção, um favor, necessidade de cumprir os Mandamentos ou até mesmo gratidão. Obra cristã não é imposição, é algo natural  que fazemos sem nos dar conta, é realizada com alegria e entusiasmo, fruto de uma relação de comunhão com Deus, relação de amor e gratidão. Quando nos damos conta, já as praticamos, sem qualquer premeditação. São obras imperfeitas porque somos imperfeitos, mas Deus as aceita porque vê Seu Filho nelas, e é Jesus quem as torna agradáveis ao olhos do Pai. 
    Quando penso que minhas obras só são aceitas por Deus através da fé, penso que até o que ofereço a Ele provém dEle, não de mim, pois a fé é a maior obra que Ele me dá. Sendo assim, me dou conta da minha pequenez e insignificância, tentando justificar meus erros e pecados com ações que possam "comprar" o perdão. Essas, sim, são ações minhas, corrompidas e falsas, provenientes de um coração enganado e enganoso. 
    Nada tenho de bom, nada faço de bom, só o que possuo são meus pecados e delitos que me afastam de Deus. Morta eu estava, mas Deus me ressuscita através da fé em Cristo. Não há obra maior do que esta: A fé que me liga ao Pai que parte dEle mesmo, mostrando a mim que nada posso fazer, mas ao mesmo tempo me fazendo experimentar Seu imenso amor e misericórdia. 

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

OS DOIS TRIBUNAIS

“Pois a Escritura me ensina que Deus instituiu dois tribunais para os seres humanos: um tribunal de justiça para aqueles que ainda estão seguros e orgulhosos e não querem reconhecer nem confessar seu pecado; e um tribunal da graça para as consciências miseráveis e temerosas, que sentem seu pecado e o confessam, ficando aflitas diante do seu juízo e desejando a graça.”

Texto baseado no trecho de um escrito de Martinho Lutero nas Obras Selecionadas volume 5, página 101.

    Estes dois tribunais lembram uma grande avenida de mão única onde caminhamos durante nossa vida, dividida ao meio por uma faixa amarela. No final ela se abre e segue em direções opostas. É preciso caminhar pela justiça para entender a graça e se não passarmos pelo caminho da graça, nossa vida se perde em meio ao legalismo. 
    O tribunal de justiça é instituído para a condenação dos incrédulos, dos que não precisam de Deus e acham que não há pecado ou dos que não possuem escrúpulos e escarnecem das coisas de Deus, têm seus corações petrificados pela arrogância, vivem o momento sem acreditar que possa haver um amanhã. A justiça é também para um outro grande grupo: o dos que ligam o ganho de sua vida eterna às boas ações, ajudam os pobres e necessitados, são honestos, bem intencionados, têm boa conduta e vivem uma vida com ética e moral ilibadas. Respeitam o "sagrado", oferecem sacrifícios, oram todos os dias, possuem uma religião, muitos frequentam uma igreja, mas sequer sabem o significado da palavra Salvação. Quando deitam-se, tentam manter suas consciências tranquilas, mas o vazio que sentem os faz cada vez praticarem mais e mais boas obras. A justiça é para aqueles que vivem sua falsa fé e santidade, irrepreensíveis aos olhos humanos, pessoas que passam suas vidas em estado de absoluta hipocrisia diante de Deus e do próximo. Revestem-se de uma capa de humana perfeição invejável. Instrumentalizam Deus, igualam-se a Ele e orgulham-se de seus feitos.  
    O tribunal da graça é para a salvação, para todo aquele que crê em Cristo, que vive o Evangelho em sua plenitude, mantêm comunhão permanente com Deus. Para aquele que ama seu próximo, tem uma consciência tranquila e a verdadeira fé em Jesus. É para aquele que percebe a dimensão do amor e da misericórdia de Deus, reconhece-se um pecador, sabe que é Cristo, o próprio Deus encarnado quem o reveste da justiça que ser humano nenhum alcança por si só. É para aquele que se arrepende diariamente, pede perdão e tem conhecimento de sua própria miserabilidade e incapacidade diante do juízo de Deus. Mas também é para aquele que tropeça todos os dias, cai frequentemente, levanta-se, sacode a poeira do corpo, enfraquece na esperança e passa a vida ziguezagueando entre uma pista e outra. Também é para o ladrão da cruz, para todo aquele que arrependeu-se no último momento sem ter conhecimento do plano da salvação, para aquele que recebeu o dom da fé verdadeira no último instante. 
    A Escritura também ensina que os dois tribunais foram instituídos para os dois grupos, porque fazemos parte dos dois grupos: Ora recebemos a graça, ora a rejeitamos e passamos para a pista legalista. Somos tão justos quanto pecadores e passamos de um lado para o outro assim como faz o motorista embriagado que perde a lucidez. Muitas vezes nos embriagamos com nossa arrogância e titubeamos entre graça e lei. Quando a consciência (de Cristo) volta, nos dirigimos novamente para o caminho da graça. Somos e seremos assim até nosso último suspiro. Maus por natureza e bons quando Cristo dirige nossas ações. 
    O excesso de justiça nos torna críticos e impiedosos com o próximo e com nós mesmos, esquecemos da misericórdia de Deus e do verdadeiro sentido da cruz. O conhecimento da graça serve para nos deixar confortáveis diante do juízo de Deus ao mesmo tempo que nos torna responsáveis pelo nosso próximo. Ela nos conduz às boas obras como consequência da nossa salvação e passamos a ver a Lei no seu terceiro uso, como regra e manual de vida. Maravilhoso seria se pudéssemos sempre trafegar sobre a faixa amarela, o equilíbrio entre graça e juízo, Lei e Evangelho. Cristo é o equilíbrio.
    Para aquele que, como eu, não cresceu com o conhecimento e o ensino do cristianismo e só o conheceu mais tarde, fica  fácil perceber os dois caminhos: O primeiro, o do desespero, onde tudo depende de mim, uma corrida cega que nunca chega a lugar nenhum. O outro, o da vida, da misericórdia e da esperança. Todavia, se hoje reconheço a graça, foi porque Deus a concedeu. E se a graça é por fé, então só a recebemos se estivermos na fé, fé esta que não está em nós, mas em Cristo. Então, para estarmos no tribunal da graça, dependemos do próprio Jesus, ou seja, da fé que vem dEle, pois no que depender de nós, andamos sempre pelos caminhos da justiça, com uma fé falsa e viciada em boas obras. Para que eu esteja na graça é preciso que Deus me conceda a fé verdadeira no objeto certo, Jesus. 
    Desta forma sigo em frente, tropeçando, caindo e levantando, certa de que, se Deus me concedeu a graça por meio da fé em Jesus, sou mais que vencedora, pois sei que no final do caminho Ele me guiará para o tribunal da graça, onde já fui revestida com o manto da justiça de Cristo. Este consolo é maior do que tudo, pois para quem vivia na escuridão, uma pequena vela acesa é um imenso raio de sol iluminando tudo em frente. É como o cego que, enxergando pela primeira vez, admira cada cor, cada paisagem, cada rosto. Estar sob a graça de Deus é saber que cada dia representa uma luta diferente, mas também um passo a mais rumo à eternidade...

sábado, 23 de julho de 2016

A LEI DO AMOR

1 Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, teu Deus, se te ensinassem, para que os cumprisses na terra a que passas para a possuir;
2 Para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados.
3 Ouve, pois, ó Israel, e atenta em  os cumprires,  para que bem te suceda,  e muito te multipliques na terra que mana leite e mel, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais.
4 Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.
5 Amarás, pois, O SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de toda a tua força.
6 Estas palavras que, hoje, te ordeno estarão no teu coração;
7 tu as inculcarás a teus filhos, e delas falarás assentado em tua casa , e andando pelo caminho, e ao deitar-te, e ao levantar-te.
8 Também as atarás como sinal na tua mão, e te serão por frontal entre os olhos.
9 E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas.
Deuteronômio 6.1-9


        A palavra “mandamento” (v. 1) nos deixa desconfortáveis, pois não gostamos de receber ordens por nos sentirmos inferiores. E aqui há uma condição: Se não cumprires as ordens não terás vida prolongada e abençoada! Por três vezes Deus condiciona a bênção ao cumprimento da lei.
     “Inculcar” (v. 6) lembra a água que pinga sobre a rocha por anos a fio e vai mudando a forma da pedra e imprimindo nela um desenho peculiar que o tempo não apaga. Assim Deus queria que se fizesse: Que a Lei fosse, dia após dia, repetida insistentemente para que ficasse “gravada, imprimida” nos corações. E esta Lei nada mais era do que falar de amor. E deveria ser repetida todos os dias, dia e noite, pelo caminho e nos lares para que nunca fosse esquecida. Amar primeiramente ao SENHOR que os tirou da escravidão do Egito, que os sustentou deserto afora e que os guiava a uma terra maravilhosa e fértil. Em várias passagens da Escritura como em Ap 9.4 e em Ez 9.4 fala-se de uma “marca”, um “selo” na testa que diferencia os filhos de Deus dos ímpios. É possível relacionar este selo com a Lei de amor de Deus nos corações. Deus quis dizer que quem O amasse e obedecesse traria consigo uma marca gravada em seus corações para sempre. 
    Todos também deveriam saber que aquela casa servia e obedecia ao SENHOR (v. 9). Suas palavras deveriam sair das casas e andar com os israelitas (v. 8) para que não caísse no esquecimento que Israel pertencia ao SENHOR. 
    Mesmo com tantas recomendações Israel afastava-se do amor de Deus, repelindo a proteção e as bênçãos, tentando provar que a vida sem lei era boa, feliz e que poderia andar com suas próprias pernas, adorando aos deuses que quisessem, cobrindo aquele selo de amor com sua desobediência e dureza.
    Apesar de o texto ter sido escrito há mais de três mil anos é assombrosa a semelhança com nossos dias. Há hoje, na sociedade, uma carência enorme dos mesmos limites impostos por Deus aos israelitas. As famílias estão doentes, pais e filhos não se entendem, as pessoas vivem sem perspectiva ou esperança no amanhã. Ser feliz é a ordenança do mundo. Busca-se esta felicidade a qualquer custo sem efetivamente encontrá-la.
    A sociedade hoje está em busca do “amor” e da felicidade a qualquer preço. A religião está praticamente suprimida da vida das pessoas. O único Deus de Israel foi reduzido ao último Deus. A Palavra dEle não consegue mais perfurar as paredes duras dos corações, lacrados para qualquer alusão a Ele. A teimosia de Israel se repete até os dias de hoje, a humanidade quer ficar livre dos grilhões de um Deus tirano e opressor que condiciona Suas bênçãos à obediência. O “selo do amor” também se escondeu sob a cortina da modernidade e seu significado foi esquecido. 
    Quando Israel se via sob o jugo inimigo lembrava-se da lei e novamente recorria a Deus, em uma sucessiva relação de amor e ódio. Por certo tempo adorava, amava, servia e obedecia ao SENHOR, até novamente se retirar da presença dEle. Assim também nos comportamos muitas vezes, quando achamos que obedecer nos torna frágeis e servidão não cabe mais nos dias de hoje, onde reina a liberdade de conceitos e relacionamentos. Mas quando perdemos o rumo de nossas vidas ou vemos nossos filhos ou queridos perdidos lembramos do selo e tratamos de limpá-lo e exibi-lo, mostrando a Deus que temos a marca impressa em nós e que Ele é o primeiro em nossas vidas. Assim também vivemos em uma relação de amor e ódio com a Lei. Ela é leve quando lembramos da Graça que nos torna justos e nos faz testemunhas da lei do amor, então mostramos nosso sinal, aquele que foi inculcado em nossos corações e nos constrange a falar e meditar na Palavra de Deus dia e noite. Mas esta lei é extremamente pesada quando nos afastamos da cruz que nos guia pelo deserto da nossa vida, pois ficamos sem rumo e expostos às intempéries. 

sábado, 19 de março de 2016

    O amor de Deus é como um iceberg: até ousamos descrever sua superfície, falamos do que vemos e medimos o que nossa visão alcança; mas quando mergulhamos nos deparamos com uma imensidão e profundidade indescritíveis. Podemos nos aproximar dele, até tocá-lo, mas seus mistérios continuam escondidos em seu interior...e o maior de todos os mistérios do amor de Deus não somos capazes de desvendar: Se fazer homem, dar Sua vida em sacrifício e verter Seu sangue sobre a humanidade morta em pecados para devolver o que tínhamos perdido lá no Éden. Que mistério! Que amor! Em nossa arrogância muitas vezes achamos que conhecemos os Seus segredos, mas quando nos deparamos com o milagre da ressurreição nos damos conta de quão pequeninos e ignorantes somos. Ah, o amor maior de todos, o começo e o fim, o grande iceberg divino...podemos perscrutar todo o seu exterior, mas seu íntimo, sua essência, seu propósito, isto só entenderemos na eternidade!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

DO AMOR AO PRÓXIMO!

Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo.
Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem;
para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.
Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? não fazem os publicanos também o mesmo?
E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? não fazem os gentios também o mesmo?
Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.
Mateus 5:43-48



     Ouve-se falar tanto na batalha espiritual que nos rodeia, onde anjos pelejam por nós contra as hostes do inferno, que muitas vezes usamos o discurso de que somos filhos de Deus e que Ele vinga nossos inimigos e nos dá a vitória. Aliás, esta é uma das “ideologias” de muitas igrejas por aí. Vivemos em uma época de ódio e vingança! Quem é do mundo, pratica a justiça com suas próprias mãos e muitos de nós, cristãos, achamos que Deus deve tomar conta do castigo dos nossos inimigos, afinal, sou um “ungido” dEle.
      Mas muitas vezes vemos o injusto ter vitória sobre o justo. Basta olharmos cidadãos de bem aprisionados em suas casas enquanto a violência assola as ruas. Basta olharmos nosso corrupto cenário político, onde descaradamente são desviadas verbas públicas que deveriam suprir as necessidades do povo. E, numa situação destas, como age o cristão? Diz que Deus é injusto? Não! As autoridades são instituídas por Deus! Isso não significa que elas sejam nossas amigas. Deus instituiu Saul rei de Israel, nem por isso ele foi um bom governante, mas Deus esteve presente e permitiu cada ato. Temos a péssima mania de achar que porque somos cristãos somos privilegiados e que nenhum mal pode nos atingir, nenhum inimigo pode nos ferir. Grande engano! Neste texto Jesus afirma que Deus faz nascer o sol sobre bons e maus e a chuva cair sobre justos e injustos. Erra quem pensa que a travessia do cristão pelo mundo é fácil. Apesar de termos já a vida eterna, aqui sofremos ataques intensos do inimigo. Eles estão sempre à espera da nossa queda e Jesus nos orienta a perdoar e orar pelos que nos perseguem, sejam eles políticos desonestos ou inimigos pessoais.
    Como amar e perdoar a quem nos quer mal?
    Entender que meu inimigo não é a pessoa que está me atacando e ferindo, e sim o espírito que habita nela, nos ajuda a ver certas atitudes hostis com olhos um pouco mais complacentes. Nossa luta é contra principados e potestades. Somos todos pecadores e maus, o que nos diferencia é o espírito que habita em nós. Felizes somos se temos nossas vidas guiadas pelo Espírito Santo.
    É preciso também procurar entender os motivos, as circunstâncias que o fizeram tornar-se meu inimigo. Muitas vezes passamos a compreender melhor as atitudes do ser humano quando conhecemos sua vida, suas carências e dificuldades. Isto nos faz ter mais misericórdia. Quantas pessoas nos hostilizam por não conhecerem ou compreenderem a Palavra de Deus?
    Através do sacrifício de Cristo, Deus nos perdoa e esquece nossos pecados. Em Cristo, também nossos inimigos estão perdoados por Ele. Se sou cristão devo perdoar e pedir que Deus os abençoe e liberte do jugo de satanás, por mais que o meu desejo seja o de orar para que Deus mantenha-os longe dos meus olhos! É preciso orar pedindo pela conversão deles. Se eu amar apenas a quem me ama, em que isso me torna diferente do ímpio?
    Isso tudo não quer dizer que temos uma tarefa fácil pela frente, muito pelo contrário: A vida do cristão é repleta de renúncias e dificuldades. Parece que Deus exige de nós um preço muito alto para vivermos neste mundo cruel e violento, onde o ímpio se dá bem e o justo precisa se defender diariamente dos ataques e perseguições do inimigo. Ter que orar e amar a quem só quer nosso mal é uma tarefa muito difícil para nós! Responder ao ódio com amor nos exige demais! Mas é preciso ter em mente que nossa recompensa não está neste mundo. Nossa salvação custou um preço muito alto, fomos resgatados pela vida do único justo que andou pela face da terra, o próprio Deus em forma de homem que sofreu o castigo de nossas iniquidades em nosso lugar e cumpriu perfeitamente todas as exigências do Pai para que novamente pudéssemos ter a eternidade que nossos primeiros pais perderam no Éden.      
    Pensando em tudo isso se torna mais fácil perdoar a quem nos fere e persegue, pois sabemos que somos eleitos de Deus para a vida eterna e é nosso dever falar deste presente também aos nossos inimigos, se não em palavras, em exemplo de vida.

    Que possamos exibir a perfeição de Cristo em nossas vidas, para que nossos inimigos espirituais saibam que somos diferentes e que, apesar de todas as tribulações pelas quais passamos há algo em nós que nos distancia deles em quilômetros: A confiança que depositamos no amor de Deus e a certeza de que mesmo sofrendo nos regozijamos no Senhor, pois há um lugar preparado para nós na eternidade, e Cristo já nos reservou um assento de honra!

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

"POBRE" TRAFICANTE

    O assunto do momento é o pedido de clemência de nossa presidente Dilma diante da execução do brasileiro na Indonésia pelo crime de tráfico de drogas. É um fato triste, sim, mas o rapaz sabia da pena pelo crime quando entrou no país e mesmo assim resolveu correr o risco. Foi vítima da sua ganância e inconsequência. O que mais choca são as "lágrimas de crocodilo" da presidente.
    Nosso país está desmoronando com tanta corrupção, miséria, covardia e violência. O tráfico tomou conta das ruas, policiais estão perdendo suas vidas nas mãos dos bandidos, os presídios são comandados pelos marginais que postam selfies alegremente nas redes sociais portando armas e consumindo drogas, crianças estão se prostituindo, roubando e matando para comprar "pedras" e nossa presidente chorando a vida de um bandido que transgrediu a lei de um país?
    Realmente está ocorrendo uma grande inversão de valores! Bandidos matam policiais como se fossem moscas, famílias ficam partidas ao meio enquanto o Legislativo cria a lei da "palmadinha"! Os policiais que combatem o crime, que morrem ou são feridos no cumprimento do dever não merecem lágrimas? Aos olhos da nossa presidente merece lágrimas a vida do traficante que fornece drogas a uma criança, aquele que transgride leis, quem rouba, quem corrompe, situação que está se tornando rotina em nosso país que há muito deixou de ser nossa pátria amada. País que vem afundando dia após dia em um mar de lama imunda onde políticos corruptos e ladrões chafurdam feito porcos no chiqueiro! Que país é esse que contesta a soberania e a rigidez das leis de outra nação ao invés de punir os bandidos que imputam a "pena de morte" a nós, cidadãos honestos, que somos obrigados a nos refugiar nos nossos lares cercados por grades e cercas elétricas enquanto bandidos comandam o crime dos presídios e onde ladrões de colarinho branco maquinam leis que os protegem? Que país é este que liberta o traficante e condena o policial? Que país é este que chora a morte de um bandido enquanto famílias enterram por dia inúmeros cidadãos honestos e honrados que morrem pelas mãos de marginais?
    Faça-me o favor, senhora presidente, engula seu choro! Senhores "doutores da lei" corruptos, ao invés de meterem-se com a vida dos outros países, tratem de mascarar melhor seus crimes que já estão fedendo além da conta e contaminando o ar da pátria amada. Limpem seus chiqueiros, criem vergonha na cara! Chorem, sim pelas suas consciências pesadas (se é que as tem), emocionem-se com o choro de uma criança faminta ou pelo sofrimento de uma mãe cujo filho está doente e o governo não fornece o remédio porque o dinheiro foi desviado para seus bolsos. Mas se não forem tocados pelo martírio do seu país, pelo menos fiquem com suas bocas fechadas para não vomitar mentiras e incoerências! Senhora presidenta, guarde suas lágrimas para o dia em que tiver que prestar contas de seus atos diante da nação ou diante de Deus. Por enquanto, retire-se de cena e vá preparar sua defesa!
 
Assim, sabe o Senhor livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia do juízo, para serem castigados; 2 Pedro 2:9

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

A FONTE DA VERDADEIRA VIDA

" Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água.
Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara.
E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?
E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou.
E disse: Se ouvires atento a voz do Senhor teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque eu sou o Senhor que te sara.
Então vieram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas."

Êxodo 15:22-27

    Durante toda sua travessia no deserto até Canaã, Israel se deparou sempre com problemas semelhantes: Longas caminhadas, deserto, fome, sede, idolatria e murmuração. Pouco antes deste episódio cantavam e louvavam a Deus pela vitória diante dos egípcios no Mar Vermelho, mas três dias foram suficientes para começar a reclamação.  Entretanto, Deus Também concedeu a Israel várias bênçãos: A nuvem que os protegia do sol, a coluna de fogo que os guiava e aquecia à noite, o maná, as roupas que não sujavam ou rasgavam, os calçados que não desgastavam, além da Sua presença constante e visível. Após transformar as águas amargas de Mara em águas potáveis, Deus os provou e cobrou obediência, em seguida os fez chegar a um grande oásis com muita água e sombra de palmeiras.
    Nós, em nossa longa caminhada por este mundo, enfrentamos problemas semelhantes aos de Israel (doenças, desemprego, medos, aflições...) e também recebemos muitas bênçãos (o sol que nasce a cada dia, a chuva, o ar que respiramos, os amigos, o teto que nos abriga, a roupa que nos aquece e o alimento que nos fortalece), mas ao primeiro sinal de tempestade deixamos de cantar e começamos a murmurar. Tudo de bom é esquecido e nossa vida se torna amarga e triste como a fonte de Mara. Cobramos de Deus  a fome e a sede que sentimos, nos julgamos seres especiais e dignos de atenção especial e esquecemos de agradecer a Deus pelo cuidado e amor.  Ele nos prometeu amparo nas dificuldades, mas não disse que não as daria, porque são os problemas que nos fazem clamar, são as tempestades que nos fazem buscar refúgio junto a Ele.
    A travessia de Israel deveria durar apenas quarenta dias, mas as murmurações constantes e a falta de confiança fizeram com que o percurso aumentasse para quarenta anos! Muitas vezes aumentamos nosso sofrimentos pelos mesmos motivos. Ao invés de clamar a Ele passamos a reclamar e querer andar sozinhos, longe da nuvem que nos guia e protege. Quando estamos fracos e sedentos Ele nos guia a algum oásis para que descansemos e recuperemos nossas forças.
    Os oásis são verdadeiros paraísos para os caminhantes do deserto. Suas fontes de água pura e as tamareiras são visões do céu em meio ao inferno! Com as folhas das palmeiras são feitas casas para os nômades,  seus frutos são saborosos e nutritivos, sua sombra permite a cultura de vários alimentos resistentes ao calor como o feijão, o amendoim e a cebola. Elas crescem rapidamente porque suas raízes são adaptadas para sugar a água da fonte.
    Deus nos enviou uma fonte de água perene para que constantemente matemos nossa sede, revigoremos nosso espírito e aliviemos as dores de nossa caminhada. Ele enviou Seu filho Jesus para que nunca mais sinta sede aquele que beber de Sua água. Lembremo-nos do sacrifício dAquele que morreu pelos nosso pecados: Ele foi humilhado, torturado e sacrificado por mim e por você e em nenhum momento esboçou qualquer murmúrio.
    Desejo que, assim como as tamareiras, finquemos nossas raízes ao redor da Fonte para matarmos a sede em Suas águas, que nossas folhas possam servir de abrigo e fazer sombra para os viajantes, que possamos permitir que árvores menores cresçam à nossa sombra até tornarem-se fortes. Sejamos aquela árvore que adoçou as águas amargas de Mara, para que possamos também adoçar as amarguras daqueles que nos rodeiam. Sejamos mais açúcar e menos fel, mais Elim e menos Mara!

domingo, 18 de maio de 2014

LUTO NA PAC


    A juventude da Paróquia Anglicana de Cristo organizou outro culto temático. Depois dos Super-heróis, do Reggae e do Havaí, o contemplado foi o Rock. A decoração e os louvores foram a caráter e o pessoal caprichou no figurino. Foi um culto alegre, participativo e de adoração a Deus. O tema da pregação foi “A Morte da Velha Criatura” e havia um caixão dentro da igreja. Dentro dele havia um espelho. No final do culto as pessoas, curiosas, se dirigiam a ele para ver a surpresa, quem deveria estar lá. Vendo a própria imagem, entendiam que naquele momento deveriam nascer de novo como está escrito em João 3:3. E como as pessoas precisam nascer de novo!
    Como era de se esperar a frequência foi baixa, já que se espalhou a notícia do ataúde. Houve certo rebuliço, uns ficaram chocados, outros curiosos, alguns escandalizados. Nenhum deles perguntou o motivo da presença do caixão, simplesmente o ligaram ao rock. Movidas pelo preconceito, falsos princípios e pela hipocrisia deixaram de ouvir uma palavra de cura que talvez aliviasse seus corações.
    Aquele caixão deveria estar presente em todos os cultos, representando não a morte, mas o novo nascimento, a vida depois da aceitação de Cristo. Mas como aceitar a Cristo se não conseguimos muitas vezes aceitar as diferenças entre nós e as pessoas que nos cercam? Como aceitar a Cristo se nos incomoda o fato de ouvir a palavra de um modo diferente, com pessoas vestidas de um modo diferente, com uma decoração diferente?
   Para nascer de novo é preciso mudar os pensamentos e as atitudes, jogar fora certos conceitos e preconceitos que não agradam a Deus. Nascer de novo requer atitude e vontade de mudança de vida e comunhão com Deus e com os irmãos. E a falta de vontade fez com que muitos ficassem em casa assistindo à novela. O coração da PAC ficou de luto pelos que não vieram por preconceito porque isso significa que ainda não nasceram de novo. É um luto ao contrário, já que se chora pelos vivos e há alegria pela morte das velhas criaturas que em Cristo se renovam dia a dia. O coração de Cristo também se enluta por estas mesmas pessoas pelas quais ele deu seu sangue e sua vida e sem vergonha ou remorso mentem para si mesmas dizendo que o aceitaram. Mas o coração dEle se alegra quando Sua Palavra é semeada e isto se cumpriu.
    Parabéns à nossa JACA (Juventude Anglicana de Cachoeirinha) pela iniciativa e coragem de pregar o Evangelho a todas as tribos. Parabéns pelo culto maravilhoso e curativo.

E havia entre os fariseus um homem, chamado Nicodemos, príncipe dos judeus.
Este foi ter de noite com Jesus, e disse-lhe: Rabi, bem sabemos que és Mestre, vindo de Deus; porque ninguém pode fazer estes sinais que tu fazes, se Deus não for com ele.
Jesus respondeu, e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus.
Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Pode, porventura, tornar a entrar no ventre de sua mãe, e nascer?
Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.
O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito. Não te maravilhes de te ter dito: Necessário vos é nascer de novo.
João 3:1-7

segunda-feira, 14 de abril de 2014

MULHER DESVIRTUOSA


 Todavia, nem o homem é sem a mulher, nem a mulher sem o homem, no Senhor.


    Há alguns dias surgiu nova polêmica por conta de uma pesquisa: grande percentual da população acha que a mulher que se veste de forma a deixar seu corpo à mostra merece ser estuprada. Isso é um absurdo, uma violência injustificada. Logo surgiram os protestos. O que chamou minha atenção na pesquisa foi o baixo valor da mulher na sociedade, me fez lembrar os tempos em que ela servia apenas para satisfazer ao homem, cuidar do lar e dos filhos. 
     A liberação feminina tomou uma proporção gigantesca. As feministas lutaram pela igualdade, conquistaram seu espaço. É uma causa justa, mulheres não são "objetos" de decoração, são em sua maioria mais sensíveis, inteligentes, organizadas e competentes do que muitos homens.
   Todavia, algumas esqueceram-se do foco da luta. Tentando inverter os papéis, perderam o decoro, o pudor e o amor pelo seu próprio corpo, têm atitudes semelhantes às dos homens, atitudes estas que foram estopim da "bomba feminista". Muitas que queriam a liberdade tornaram-se libertinas. Agem, vestem-se e falam com vulgaridade, desvalorizam-se diante não só da sociedade, mas dos próprios filhos. 
    Algumas mulheres acabaram perdendo seu encanto feminino, o recato, a valorização do seu corpo e muitas vezes fazem com que os homens se sintam amedrontados diante de tanta ousadia. Queixam-se da falta de homens que queiram compromisso. Acredito que haja muitos ansiosos por formar uma família, mas como pode um homem querer uma parceira que não respeita a si mesma e usa seu próprio corpo como um objeto?
    A pesquisa, antes de tudo deveria servir como um sinal amarelo, de "atenção" ou até mesmo como um sinal vermelho de "pare". Enquanto mulheres saem nuas pelas ruas protestando para poder usar seu corpo como bem entendem, homens sem escrúpulos aproveitam-se e homens bons escondem-se.
    Mulheres, sejam femininas, não feministas. Nossos direitos já foram consolidados, somos iguais perante a lei, temos até uma Lei que nos protege dos abusos. Queiram andar ao lado dos homens, não à frente, sejam sobretudo exemplos de virtude e decoro. Deus nos concedeu um corpo gracioso, mas não precisamos torna-lo objeto de cobiça e de "estudo". Saibam que a beleza muitas vezes está no sugerir, não no mostrar. O dom da maternidade é divino e filhos são um empréstimo de Deus, precisamos educa-los acima de tudo com bons exemplos. Somos  diferentes dos homens, nem inferiores, nem superiores, criados cada um com uma função.
    Se você, mulher ou moça, deseja alguém que a respeite e a ame, que a trate como alguém especial, aconselho que comporte-se como uma mulher especial, como alguém que valoriza seu corpo e seus sentimentos. Ame-se para ser amada, respeite-se para ser respeitada.

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Testemunho

NOITE COLORIDA

Outro dia sentada na beira da estrada
Além do horizonte avistei o infinito
Muito triste era o céu quando o sol o deixava
Oceano de estrelas tornou-se em segundos.

Rimei alguns versos pensando na vida
E então viajei com meus olhos fechados
Achei arco-íris no céu todo escuro
Rasguei alguns sonhos por mim enterrados
Encontrei muitos outros no céu colorido

Senti muita paz entre o céu e a terra
Passei a entender que a noite é preciso
Olhando pra dentro de mim percebia
Somente depois do chorar vem o riso

Tentei segurar um pouquinho do vento
Amarga tristeza então eu senti
Pouco era capaz nem sequer eu de vê-lo
Às trevas da noite rendi meus anseios
Ainda mais fraca então eu me senti

Trazendo comigo a angústia das trevas
Um simples humano em mim me encontrava
Depois de tentar e tentar muitas vezes
Olhei para cima e Jesus me olhava

Nasceu novamente o sol do conforto
As trevas não eram eternas pra mim
A noite e o dia não são mais barreiras
Daquele momento em diante eu vivi.



    Há algum tempo este hino me acompanha em cada luta e cada vitória da minha vida. Em cada frase vejo minha história recriada antes e depois de Cristo.
    Durante muito tempo fui simpatizante do kardecismo por encontrar nele resposta às minhas perguntas e consolo para minhas dores e saudades. Perdi um irmão muito querido, logo em seguida meu pai e isto fez com que me aproximasse do espiritismo, estudei tudo o que pude sobre a doutrina e cada vez mais tinha a certeza de que o caminho era esse, mas enquanto me dedicava à "caridade e sacrifícios" não percebia que minha vida ia se tornando cada vez mais sombria e triste. Havia um imenso sentimento de abandono dentro de mim, pois o kardecismo fez com que eu sentisse uma distância enorme entre Deus e eu. Ele era inatingível para mim por haver muitos intermediários e a certeza de que haveria tantas e tantas outras vidas até poder encontrá-lo fez com que eu me reportasse cada vez menos a Ele e mais a médiuns, pois a resposta era imediata. Cristo era apenas um exemplo a ser seguido, jamais havia pensado nEle como meu Salvador, o Ser que morreu numa cruz para que eu vivesse. Minha tristeza e inércia fizeram com que eu fosse enterrando meus sonhos um a um. Mas enquanto eu vivia a noite escura da minha vida, Deus traçava meu futuro. Matriculei minha filha em uma escola evangélica. Eu adorava vê-la decorando versículos, sabendo a ordem de todos os livros da Bíblia, cantando hininhos lindos, mas aquilo não era para mim.
    Foram dez anos de escuridão até que num belo dia resolvi acompanhar minha filha a um culto na igreja que hoje congrego. Lembro-me da pregação (Mt 8:24-27) sobre as tempestades pelas quais passamos e que só há UMA pessoa que pode acalmá-las: Jesus! Este dia foi o divisor de águas da minha vida. Aos poucos fui abrindo os olhos e hoje, cinco anos e meio depois já não me reconheço (muitas pessoas do meu convívio também não!). Entendi que foi preciso viver no escuro para valorizar a luz, o choro me fez aprender a sorrir com as pequenas coisas, passei por muitas angústias até entender que Deus poderia resolver tudo por mim. Foi preciso cair para poder enxergar a mão que Jesus me estendia. Precisei enterrar sonhos que não eram de Deus, e sonhar outros tantos de acordo com a vontade dEle.
    Hoje sei que não há barreiras entre mim e Ele, que tenho um amigo fiel (embora eu não o seja) que cumpre TODAS as suas promessas. Minhas batalhas continuam, mas agora há vitórias também. Sei que para muitos a vida de cristão é algo muito chata e sem graça, eu mesma pensava assim, mas eu só comecei a viver a partir do momento que entendi que não poderia andar com minhas próprias pernas e deixei  Cristo guiar meus passos. Foram tantos os pequenos milagres que aconteceram em minha vida nestes últimos cinco anos que senti uma necessidade imensa de compartilhar meu testemunho. Um dos sonhos que eu havia enterrado foi o de voltar a uma sala de aula, finalmente ter um curso superior. Sei que este era um sonho de Deus também, pois Ele me fez chegar à uma universidade e estou fazendo Teologia como forma de agradecimento a este Deus maravilhoso que tanto transformou minha vida.
    Muitos sonhos ainda serão realizados e muitos milagres hão de acontecer, tudo ao tempo de Deus e farei como diz o hino: "Enquanto o milagre não vem vou esperar com paciência no Senhor Jesus..."
   

 E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e o dar força a tudo. 1 Crônicas 29:12



 

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Vejo as pessoas fazendo várias "simpatias" na virada do ano: usam as cores da "sorte" de acordo com o que desejam, banham-se com mel (que nojo!!!!) para atrair amor, pulam sete ondas, comem sete uvas, lentilha, etc. Todas elas desejam um ano melhor, com mais amor, saúde, paz, prosperidade. O que elas não se dão conta é de que todos os dias serão iguais se elas não os transformarem. O ano só vai ser diferente a partir da mudança das pessoas. Para quem todos os anos repete os mesmos rituais e a situação não muda, lanço um desafio: Em 2014 disponha-se a fazer tudo diferente. Não espere que as coisas mudem diante de um passe de mágica, comece a transformação dentro de você. Se as "mandingas" não estão dando certo, volte-se para Aquele que tudo pode transformar: Jesus. Faça tudo ao contrário: leia a Bíblia, apesar de achá-la ultrapassada, procure uma igreja, apesar de achar que é desnecessário, ajoelhe-se humildemente e ore, apesar de pensar que Deus não ouvirá. Transforme-se, reveja seus conceitos e preconceitos, mude sua visão das coisas. Quando algo não dá certo é preciso desfazer e começar de forma diferente. Deus nos deu inteligência suficiente para transformarmos o meio em que vivemos a partir de nós. Então, faça de 2014 o ano da sua transformação, do seu renascimento em Cristo. Faça dEle seu melhor amigo, não acredite que o que você vista ou coma vá mudar seus dias. O que muda nossa vida é nossa fé. Esvazie-se de antigos rituais e encha-se da verdadeira paz, do real Amor. Jesus não exige nenhum sacrifício, apenas quer que você o aceite e procure. Faça a diferença em 2014, seja cristão.
Eis que estou à porta, e bato; se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo.

Apocalipse 3:20
 

sábado, 7 de dezembro de 2013

Senhor, que a cada dia Tu possas transformar meu caráter de acordo com o Teu... molda minha alma, transforma minha vida, me tornes verdadeiramente filha Tua. Em nome de Jesus, amém!

domingo, 24 de novembro de 2013

A VIDA DE JESUS


Este poema foi feito para realizar uma tarefa da gincana organizada pela juventude da Paróquia Anglicana de Cristo.

A VIDA DE JESUS


Durante a criação do mundo

Ele foi o grande Arquiteto

Com perfeição criou tudo

Desde o mar até o deserto.

Sol, lua e estrelas iluminaram o luto

Que hoje é o céu, nosso teto.

 

Quando caiu a humanidade

E foi preciso um Salvador

Desceu do trono da Santidade.

Sem pensar na humilhante dor

Despiu-se da Divindade

E nos cobriu de amor.

 

Em um frágil corpo mortal nasceu

Em meio aos animais.

Um pobre menino judeu

Diferente dos demais.

Com muita sabedoria viveu

Pregando a mensagem de paz.

 

Pelo caminho fez seguidores

Aos quais ensinou uma doutrina

De amor, esperança e também dores.

Manifestou sua inspiração Divina

E no monte coberto de flores

O segredo da vida Ele ensina.

 

Diante de olhares curiosos

Muitos prodígios realizou:

Curou coxos, cegos, leprosos

E ao lado de publicanos e prostitutas andou,

Atraindo sobre si sentimentos odiosos

Daqueles a quem contestou.

 

Diante de um tribunal injusto

Foi julgado e condenado

E o castigo a Ele imposto

Foi em uma cruz ser pregado.

Traído com um beijo no rosto

Pelos algozes foi torturado.

 

Entre ladrões crucificado

Seu sofrimento teve fim.

Por muitos queridos abandonado

A trajetória humana acabou, enfim,

Mas está muito enganado

Quem pensa que terminou assim.

 

Toda a sorte de dores

Sofreu o cordeiro calado.

Diante da dor de seus seguidores

Seu corpo foi sepultado

Sem epitáfio ou coroa de flores

Em um sepulcro emprestado.

 

E quando a esperança acabava

O milagre aconteceu:

O filho de Deus retornava

Provando que a morte Ele venceu

E que tudo não passava

De um grande plano de Deus.

 

O testemunho de muitos ficou,

Já dois mil anos se vão

E a mensagem não mudou.

O verbo se fez ação,

Toda a humanidade Ele ajudou

A sair da escravidão.

 

Em Sua passagem pela terra

Seu reino nos prometeu.

E vencendo tentações e guerras

A vida eterna nos deu

E a verdade de tudo se encerra

No Cristo, Filho de Deus.

 

Caminho, Verdade e Vida,

Só a Ele devemos adoração e louvor

Somos a nação escolhida

E querida do Criador,

Frutos da batalha vencida

Por Jesus, o Mestre do Amor.